Ao explorar os estados alterados de consciência induzidos de diversas maneiras por sonhos, transes meditativos e drogas, alegam ter encontrado indícios de uma realidade mais ampla e invisível subjacente ao mundo físico; uma sintonia com esse domínio invisível, especulam, pode explicar fenômenos paranormais tais como a precognição, a psicocinese e um sentido de iluminação e de unicidade com o universo.
Do ponto de vista quântico, o universo não é apenas uma coleção de componentes mecânicos, como um brinquedo de corda, mas é também um todo indivisível e todas suas partes, inclusive a mente humana, agem sobre todas as demais, e reciprocamente. Alguns físicos muito respeitados chegaram até a afirmar que, sem a mente perceptiva dos seres humanos, o universo que conhecemos não existiria absolutamente a mente, dizem, podem ser a lente que focaliza o mundo dos acontecimentos aleatórios na realidade ordenada que percebemos.
Fundadores e praticantes de filosofias orientais como o hinduísmo, o budismo e o taoísmo conceberam retratos holísticos do universo nos quais a mente a matéria se fundem e fluem sem descontinuidades de um para o outro.
1500 anos antes que a física quântica fosse desenvolvida, um texto básico do budismo chamado Avatamsaka Sutra ensinava que a consciência e o mundo material que para as mentes não iluminadas parecem estar irremediavelmente separados, estão na verdade unidos em uma suave continuidade conhecida em sânscrito como o Dharmakaya, ou "corpo da grande ordem".
O debate sobre as origens da consciência tem sido mantido pelo menos desde os tempos de Platão. O filósofo grego foi um dos primeiros a argumentar que a mente humana era uma entidade por si mesma, cuja existência não dependia do corpo. E embora anatomicamente situasse a mente dentro do cérebro, ele negava todo relacionamento entre os dois. Platão acreditava que o cérebro era uma esfera, a forma geométrica perfeita, segundo os antigos gregos, e portanto, um depositório adequado para aquilo que julgava ser a essência da humanidade.
Na Idade Média, os filósofos cristãos desenvolveram sua própria teoria acerca da sede da consciência, que perpetuou a divisão dualista entre corpo e mente: Deus era a fonte de todos os pensamentos e sentimentos, que emanavam de um ponto poucos centímetros acima da cabeça. Por volta do século XV, as ciências naturais começaram a desafiar a visão de universo da Igreja. Mas seria nas mãos do matemático e filósofo francês René Descartes, no século XVII, que ecos do dualismo, da ordem sagrada da Igreja e da lógica dominante da época se transformariam e se fundiriam para formar a escola de pensamento que ficou conhecida como Dualismo Cartesiano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário