Georgei Gurdjeff quando jovem vagou durante anos pela Índia, Tibete e Oriente Médio, em busca de meios para servir-se do potencial pleno da existência humana. Passou a acreditar que, embora a maioria das pessoas tenha por certos os limites de suas vidas, na verdade elas podem ser despertadas para uma compreensão de grandes poderes sem uso dentro de si mesmas.
O sistema que ele acabou ensiando na Rússia, na França e nos Estados Unidos misturava elementos de sufismo, budismo e cristianismo; centralizava-se em complexos de exercicios que exigiam tal concentração que às vezes os participantes, sem o saber, podiam aventurar-se para além de seus limites percebidos e descobrir mais consciência e controle. Movendo-se em níveis cada vez mais altos em suas próprias mentes, segundo ensinava Gurdjeff, iriam ficando cada vez mais abertos a visões de uma vida física e mental acima da existência cotidiana.
A técnica de Gurdjeff para expandir as fronteiras aparentes da consciência é uma dentre as muitas estratégias concebidas pelos homens para explorar os limites da mente e servir-se de seu potencial sem uso. Para os místicos da Índia e do Tibete, muitos níveis de consciência existem acima do estado normal, centrado em si mesmo, da humanidade. Os niveis assumem uma transcendência cada vez maior e uma consciência cada vez mais ampla, até um estado de iluminação em que o ego, ou o si-mesmo, é deixado para trás. No nível mais alto, acreditam os adeptos, está o Nirvana, ao qual toda a vida aspira. Descrito às vezes como uma união com o principio supremo do universo, o Nirvana não é apenas a salvação pessoal, mas a participação em uma realidade além do nascimento e da morte.
Praticamente todas as culturas conhecidas encontraram meios para dissipar o foco normal da mente e estender as percepções desta para os limites externos, dar precedência, por assim dizer, à visão periférica da mente. A busca de estados alterados de consciência é tão difusa na humanidade que alguns estudiosos especulam que talvez seja um impulso inato, afim à fome e ao desejo sexual. Para muitos, o caminho tem sido a procura cerimonial de uma revelação mística e religiosa. Para os budistas, essa busca consiste em toda uma vida de disciplina e meditação. No entanto, diz-se que os antigos Hindus usavam um atalho químico: seus ritos religiosos incluiam às vezes uma bebida chamada soma, que produzia um estado alterado repleto de intensas alucinações e sensações de poder e saber.
Santos e poetas falaram de visões que abriam suas mentes brevemente para a contemplação do universo sem limites e de sua própria unidade essencial com ele. William Blake, artista e poeta inglês nascido em 1757, experimentou essas visões pela primeira vez quando criança, depois disso produziu toda uma obra que exaltava a expansão da mente para além de seu papel comum de controlar e reagir aos sentidos. " Se as portas da percepção fossem abertas, todas as coisas apareceriam para o homem tal como são.......infinitas".
O pscólogo e filósofo William James deu ao tema um tratamento acadêmico em seu trabalho na universidade de Havard, no final do século XIX. Ele achava que os psicólogos deveriam ter por meta a descrição e a explicação de todo o amplo espectro da consciência. A percepção normal do estado de vigília, ensinava ele, era apenas um estado, separado de outros totalmente diferentes apenas pelo mais diáfano dos véus. O próprio James afastou os véus em experiências com óxido nítrico, um anestésico conhecido como gás hilariante, e no livro Variedades de Experiência Religiosa, ele descreve as semelhanças entre o arrebatamento produzido pelas drogas e o que se alcança por meios místicos.
Muitos adotaram recursos para expandir a mente, entre eles o sono, os desvaneios, o transe e a hipnose. Segundo James, os diversos estados alterados compartilham de certas qualidades; as diferenças são sobretudo de intensidade. Quer cheguem lá por meio de danças giratórias ou de meditação, muitas pessoas em estados alterados da mente experimentam uma sensação de atemporalidade e de leveza física. Muitos relatam terem sido banhados por um fulgor dourado que se estende de um horizonte a outro. Os estados alterados produzem um campo de atenção mais restrito, uma concentração em coisas específicas.
Um transe, espontâneo ou hipnótico, é uma extensão do desvaneio, a meditação, apesar de voluntária e proposital, é dificil de distinguir do transe. Um espectador de cinema que perde a consciência de tudo afora da tela, por exemplo, está em um transe leve, sua percepção está mais intensa, mas está mais restrita do que a consciência comum. Usuários de maconha descrevem seu foco interno aumentado e seu afastamento do mundo exterior.
Quando o poder de um estado assim aumenta e o alcance da consciência se estreita, ocorrem fenômenos anormais, tais como o bloqueio dos sinais de dor.
Um transe profundo, induzido por hipnose, por exemplo, às vezes substitui a anestesia química em grandes cirurgias.
A maioria dos estados alterados produz uma grande mudança no sentido do ego, a percepção rotineira da existência da pessoa como entidade separada. Com o começo de um desvaneio, o EU controlador desaparece; ao voltar ao aqui e agora, a pessoa que estava desvaneando pergunta-se onde esteve nos últimos minutos. É precisamente esse esquecimento do EU que está no centro de algumas religiões e sistemas de desenvolvimento da mente.
Os zen-budistas às vezes usam a arte do arco como um exercício espiritual. Segundo o mestre zen D.T. Suzuki, o arqueiro que medita deixa de ter consciência de si mesmo como aquele que está tentando atingir o alvo que o confronta. Idealmente, o arqueiro elimina as distinções entre ele mesmo, o arco, a flexa e o alvo, de modo que atingi-lo fica tão fácil quanto estender a mão e tocá-lo. No zen a meta não é o sucesso físico, mas o estado mental necessário para atingi-lo. Mesmo assim, a capacidade de esquecer de si mesmo é um fator importante para aperfeiçoar qualquer habilidade. Um verdadeiro mestre, artesão, artista ou intérprete, abandona o estado centrado no ego da consciência normal do estado de vigília e fica perdido no trabalho.
Embora várias culturas antigas em busca da revelação tenham usado o chamado substâncias controladoras, tais como a soma dos Hindus. Muitos pesquisadores tentam provar que as mudanças mentais produzidas por essas drogas podem proporcionar uma visão do equipamento perceptivo do cérebro e iluminar partes em geral sombrias da psique.
Afinal, a vida é feita de escolhas, e somos nós que escolhemos o caminho que iremos percorrer, e que queremos encontrar ao final deste caminho"vida", portanto, devemos assumir as consequências que muitas vezes, escolhemos o caminho errado, ou nos perdemos em um atalho atraido pelo nosso duplo Ká, que é causado por nós mesmos "o nosso karma", contudo, as consequências e o provável motivo de nosso sofrimento somos nós mesmos que o fazemos.
Podemos escolher ter uma vida material, onde o caminho é uma vida cheia de vicios, um comportamento sexual impróprio, buscando sempre algo externo.
Ou mergulharmos dentro do nosso prórpio EU, refletir em nossa vida, nossas ações, buscar superação, conhecimento primeiramente pessoal, nos preservarmos, aceitar o sofrimento gerado por nós mesmos, e eventualmente atingirmos o objetivo a qual se baseia a própria existência. Compartilhar a energia do Cosmos, nos banharmos da Luz Divina, respeitar a lei cósmica, e reconhecer o Amor Fraternal, no fim evoluir como ser humano, para então descansarmos em paz!!
Om SHANTI! SHANTI! SHANTI!
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