sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
LOUCURA X GENIALIDADE
Casos fora do comum sugerem que a mente sadia e integrada é apenas o mais conhecido de vários modelos possíveis. Outro tipo de mente difere da norma por suas capacidades superiores. Homenageados como gênios criativos e visionários, tais indivíduos são muitas vezes descritos como submetidos a forte pressão, e no passado eram considerados como passíveis de desmoronar sob o peso de seus talentos. Embora a antiga associação entre a loucura e genialidade esteja hoje desacreditada, as mentes dos gênios são ainda tão misteriosas quanto as dos chamados loucos.
Em diferentes culturas e épocas, os sintomas hoje atribuídos à múltipla personalidade e a outras doenças mentais eram considerados indício de inspiração divina, de possessão demoníaca ou de transe mediúnico. Acreditava-se que as alucinações eram visões de outro mundo, enquanto os comportamentos obsessivos e compulsivos se deviam à influência diabólica.
A maioria dos cientistas que estuda funções sociais aberrantes não hesita em atribuí-las a fatores fisiológicos ou psicológicos. Alguns ecoam teorias anteriores, sugerindo que as mentes raras, tais como as de múltipla personalidade, dos esquizofrênicos e até dos gênios podem estar se nutrindo de uma mente universal, uma realidade mais elevada em que cada objeto e evento está ligado a todos os outros.
" É pelo menos possível", sugeriu Graham Reed, diretor do departamento de psicologia da universidade York de Toronto, no Canadá, que o sintoma esquizofrênico, bem como o nirvana, a unidade e assim por diante sejam uma mera referencia aos extremos de um continum, que todos os seres humanos estejam situados em uma linha que se estende entre o indivíduo egocêntrico e o universal. Com efeito, alguns psiquiatras radicais adotaram a teoria de que a doença mental não é uma porta fechada para a realidade que conhecemos e sim uma porta aberta para outro domínio, oculto. Uma psicose como a esquizofrênia, acreditam, pode ser vista como a busca de uma visão, com a qual muitas coisas podem ser aprendidas, tanto pelo terapeuta quanto pelo psicótico.
ESQUISOFRÊNIA
É uma palavra de origem grega, que corresponde a dividir a mente, com base na interpretação tradicional, mas enganadora, da doença como personalidade dividida. Na verdade, a personalidade de um esquizofrênico não está tão dividida quanto ausente. Nos estágios iniciais, o paciente parece ser plano e sem emoções, carente de sentimentos.
Os relatos que os esquizofrênicos fazem de suas provações mentais são mais um indício dessa falta de identidade pessoal. Muitos contam que se sentem como bonecos controlados por outra pessoa. Eles também sofrem lacunas na lógica mental, descritas às vezes como um afrouxamento dos elos entre os pensamentos. Causa e efeito, sujeito e objeto e outras conexões lógicas não se encaixam em sua mente estilhaçada.
Teorias psicossociais sobre a esquizofrenia, em meados dos anos 50, uma pesquisa feita no hospital Mental de Sainte Anne, em Paris, revelou que a clorpromazina, uma droga que abaixa o nível de uma substância química do cérebro chamada dopamina, reduzia os sintomas esquizofrênicos. Alguns pesquisadores descobriram que o sistema límbico, a parte do cérebro responsável pelas emoções, é tipicamente menor nos esquizofrênicos, que muitas vezes apresentam graves pertubações na área do hipocampo ( parte do sistema límbico). Outros estudos mostraram que, em muitos pacientes de esquizofrenia, as cavidades cheias de fluido cérebro-espinal em torno do cérebro são anormalmente pequenas, o que serviria como indicação de uma menor massa cerebral.
Outros indícios de uma causa física vêm dos estudos que mostram que 1 em 10 crianças que possuem um dos pais esquizofrênico desenvolve a doença, se ambos os pais forem doentes, quase metade das crianças manifestaram esquizofrênia. Muitos pesquisadores acreditam que a hereditariedade é apenas uma parte da explicação.
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