quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

OS TRÊS CÉREBROS HUMANOS





O cérebro humano é uma massa complexa de bilhões de células nervosas, ou neurônios, e um trilhão de células de apoio conhecidas como neuroglia. A maioria delas concentra-se no córtex cerebral, a camada enrugada de matéria cinzento-rosada que cobre o resto do cérebro e que, segundo se acredita, é a sede da consciência e do pensamento intelectual. As células da superfície do córtex cerebral processam a informação recebida do exterior através dos sentidos. Os dados são então transmitidos para o córtex, onde são combinados à informação contida pela memória e por outras partes do cérebro para criar a consciência / sentimentos, pensamentos, imagens e idéias que formam o mundo psicológico interior do individuo.

Os cientistas sabem que a transmissão das informações é realizada pelos neurônios através de impulsos elétricos. Mas a maneira precisa pela qual esses padrões elétricos se tornam os pensamentos e sensações da mente consciente continua sendo um grande e profundo mistério. E tampouco entendem o funcionamento da mente inconsciente, as emoções básicas e de natureza instintiva que parecem ter origem nas profundezas das regiões mais antigas e primitivas do cérebro. Pesquisas cerebrais revelaram que os seres humanos não tem um cérebro, e sim três.

Acredita-se que essas três massas neurais, diferente umas das outras em estrutura e função, tenham se sobreposto uma sobre a outra ao longo de milhões de anos de evolução. A primeira, menos e mais primitiva delas, conhecida como complexo R, ou cérebro reptiliano, foi herdada pelos homens de seus antepassados répteis. Nela estão abrigados os instintos de caça, luta, migração, acasalamento e controle territorial. Em volta do complexo R há uma segunda massa conhecida como sistema límbico, ou antigo cérebro mamífero. Encontrado de forma mais ou menos parecida em todos os outros mamíferos, o sistema límbico humano é uma coleção de estruturas interligadas que ajudam a controlar a emoção, a memória e certos aspectos do movimento.

A terceira massa é o córtex cerebral, chamado às vezes de novo cérebro mamífero, porque vem evoluindo aproximadamente nos últimos milhões de anos e é portanto muito mais recente do que o complexo R ou o sistema límbico. Mais altamente desenvolvido nos seres humanos do que em qualquer outro mamífero, o córtex cerebral é responsável por grande parte dos traços considerados como distintivos dos seres humanos, tais como a capacidade de raciocínio, de pensamento abstrato, de formar símbolos e de criar linguagem e cultura.

O psicólogo britânico Stan Gooch acredita que o ego está localizado no córtex cerebral, a parte mais moderna do cérebro; para ele, o Si-mesmo estaria abrigado em uma determinada região do sistema límbico, que é conhecida como cerebelo. O cerebelo regula e coordena a atividade muscular e, de acordo com Gooch, é também a sede do inconsciente. É dessa área do cérebro, diz ele, que vêm as alucinações hipnagógicas as assustadoras imagens oníricas que experimentamos às vezes no estado entre sono e a vigília e as figuras sinistras tais como vampiros, trogloditas e o diabo.

Gooch acha também que as experiências paranormais surgem do cerebelo. Em seu livros de 1978, O Paranormal, ele descreve uma experiência de " transe mediúnico " que teve aos 26 anos de idade. Gooch acompanhara um amigo a uma sessão espirita em Coventry. Logo depois que a sessão começou, Gooch sentiu que sua cabeça ficava inexplicavelmente leve. "E então, de repente, pareceu-me que um grande vento estava soprando pela sala", escreveu ele.. " Em meus ouvidos havia o rugido ensurdecedor de águas correndo. Quando me senti sendo arrastado, perdi a consciência".Mais tarde, quando voltou a si, ficou sabendo que diversos espíritos haviam falado através dele. Gooch não demorou para entender o que acontecera; sentiu-se, conforme escreveu depois, como se houvesse sido possuído. Foi uma sensação física, acrescentou, como se os espíritos houvesses vestido o corpo dele do mesmo modo que fariam como uma roupa.

Na opinião de Gooch, a origem dessas experiências místicas está no fundo das regiões mais antigas do cérebro. Outros pesquisadores sustentam que a fonte das ocorrências paranormais se encontra muito mais perto da superfície do cérebro, no hemisfério direito do córtex cerebral. As duas metades do córtex cerebral, apesar de serem imagens em espelho uma da outra, cumprem funções bem diferentes.

O hemisfério esquerdo, que controla a metade direita do corpo na maioria das pessoas, é mais adaptado ao raciocínio verbal, ao pensamento lógico e à decifração de símbolos abstratos como números e palavras. O cérebro direito controla a metade esquerda do corpo e adapta-se melhor ao pensamento não verbal, intuitivo. Enquanto o hemisfério esquerdo processa a informação em pequenos passos analíticos, o direito olha para toda uma situação ao mesmo tempo e reage de acordo.

Muitos acreditam, portanto, que o cérebro direito é a fonte tanto da criatividade quanto de uma certa sabedoria cósmica, uma forma de compreensão e de conhecimento mais alta e mais intuitiva.

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