terça-feira, 17 de julho de 2012
DESCOBRINDO A GLÂNDULA PINEAL
René Descartes, final do século XVIII. Católico devoto, ele baseou seus escritos sobre a mente humana e outros temas em firmes convicções sobre a bondade divina e a imortalidade da alma. As autoridades eclesiáticas proibiram seus livros em 1663, julgando blasfema sua comparação do corpo com uma máquina.
René Descartes concluiu que os seres humanos combinavam as duas naturezas, mas decretou que as arenas física e mental eram essencialmente distintas, ou seja, nenhuma das duas tinha mais do que um efeito sobre a outra. Das duas, o filósofo considerava o domínio do pensamento como o mais exaltado, por pertencer claramente aos homens. Como efeito, o pensamento era a marca singular da alma humana, que não precisa de espaço no qual existir e não depende de qualquer coisa material para seu vigor.
A mente pensante era um dom de Deus e provinha do plano espiritual. Tal como Platão antes dele, Descartes conferiu uma credibilidade anatômica para sua teoria, situando a sede da "alma racional" , a mente, no cérebro. Chegou a estabelecer o ponto exato de sua localização no alto do cérebro: a GLÂNDULA PINEAL.
Esse pequeno corpúsculo em forma de lágrima, que se acredita ter um papel importante no amadurecimento sexual e na adaptação às mudanças das estações e da luz, também é conhecido como terceiro olho e algumas culturas antigas atribuíam-lhe poderes místicos. Descartes, decidiu que o papel da glândula pineal era servir de ponto de contato entre o corpo e a mente. Através da glândula, especulava ele, a mente envia um fluido chamado espírito animal, semelhante ao sangue, através de todo o corpo, para estimular o movimento nos nervos e músculos. Inversamente, as mudanças no corpo, tal como são percebidas pelos órgãos dos sentidos, são transmitidas por esse mesmo espírito animal para a glândula pineal. Segundo Descartes, portanto, o que a pessoa percebe não é a visão de uma verdadeira cadeira ou cortina agitada pelo vento em uma janela aberta, mas antes o fluxo do espírito dentro do cérebro, produzido pelos sinais dos olhos. Descartes nunca poderia estar seguro de qual seria a realidade da "cadeira" ou da "cortina", mas sabia concerteza o que estava pensando sobre elas. O pensamento era a única coisa que ele tinha certeza daí sua famosa frase: "PENSO, LOGO EXISTO".
Ao venerar a consciência como manifestação da obra de Deus, a abordagem dualista de Descartes parecia deixar os estudos da mente fora da área da ciência. Deus tomava cinta das questões mentais,ou seja, espirituais; ao cientista caberia apenas ocupar-se das coisas que pudessem ser medidas, pesadas e testadas. No entanto, foi a grande visão de Descartes acerca da lógica do discurso científico que, entre outras coisas, levou mais tarde outros cientistas a denunciarem sua insistência na separação entre a atividade mental e a física. Para os críticos do dualismo cartesiano no século XVIII, como o médico e filósofo francês Julien Offroy de la Mettrie ou o filósofo inglês Thomas Hobbes, a única posição sustentável sobre a questão mente-corpo era o monismo materialista, a teoria segundo a qual todas as coisas na natureza, das ondas na praia aos desejos e lembranças de uma pessoa, eram de essência material e poderiam, em última instância, ser decifradas pelas leis físicas.
Hobbes sustentava que os homens eram autômatos, movidos pelos estímulos dos átomos em seus cérebros do mesmo modo que as máquinas são movidas por molas e rodas. Para La Mettrie as realizações tecnológicas que ele preferia estava um célebre pato mecânico que movia as patas e digeria alimentos, e afirmou em um ensaio de 1748 que a alma era apenas uma "máquina esclarecida".
Deste modo, tudo indica que os sentimentos, tal como o amor ou a raiva, têm influência sobre o comportamento físico. Mas os materialistas convictos como La Mettrie e Hobbes achavam inconcebível que um estado de espírito subjetivo pudesse ter qualquer efeito sobre o funcionamento das células do cérebros. Estavam convencidos de que a teia insubstancial da atividade mental só podia resultar de processos físicos, e não era uma manifestação fantasmagórica da divindade. Propuseram um argumento materialista que veio a tornar-se dominante: se a ciência pudesse mapear inteiramente a estrutura cerebral e acompanhar o curso do sangue e a comunicação dos nervos, seria possível demonstrar que todas as atividades da mente são subprodutos de interações materiais.
Enquanto especulações evolucionistas circulavam no período imediatamente anterior e posterior à virada do século, os que estudavam a consciência enfrentavam uma questão básica: O que é a consciência, e será que só os homens a possuíam? O psicólogo e filósofo americano William James definiu a consistência como "a perseguição de metas futuras e a escolha dos meios para sua realização". Baseando nisto, James chegou à conclusão de que seria possível dizer que até um sapo sem cabeça a possuía.
Experiências realizadas em um sapo cuja cabeça fora removida cirurgicamente haviam mostrado que se uma de suas pernas fosse amarrada no lugar e estimulada eletricamente, outra perna se esticava para tentar afastar a fonte de irritação. Para James, tratava-se claramente de um gesto proposital que indicava, pelo menos segundo sua definição, que o sapo era consciente. Levando a cabo observações sistemáticas do mundo animal, outros pesquisadores descobriram comportamentos igualmente complexos em uma ampla variedade de criaturas, de amebas a vespas e babuínos.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
NEUROCIÊNCIA X FILOSOFIAS ORIENTAIS
No domínio da neurociência, os estudos de cérebros humanos danificados por defeitos congênitos, acidentes, doenças ou cirurgias revelaram que as pessoas atingidas exibem às vezes desconcertantes capacidades mentais e perceptivas que, para alguns pesquisadores do cérebro, parecem emanar de um "segundo eu", ou espírito interior. Tais observadores acreditam ter vislumbrado sinais de uma vontade mais alta que parece derivar seu poder não do ser físico, mas de alguma fonte imaterial que está além do alcance dos instrumentos científicos.
Ao explorar os estados alterados de consciência induzidos de diversas maneiras por sonhos, transes meditativos e drogas, alegam ter encontrado indícios de uma realidade mais ampla e invisível subjacente ao mundo físico; uma sintonia com esse domínio invisível, especulam, pode explicar fenômenos paranormais tais como a precognição, a psicocinese e um sentido de iluminação e de unicidade com o universo.
Do ponto de vista quântico, o universo não é apenas uma coleção de componentes mecânicos, como um brinquedo de corda, mas é também um todo indivisível e todas suas partes, inclusive a mente humana, agem sobre todas as demais, e reciprocamente. Alguns físicos muito respeitados chegaram até a afirmar que, sem a mente perceptiva dos seres humanos, o universo que conhecemos não existiria absolutamente a mente, dizem, podem ser a lente que focaliza o mundo dos acontecimentos aleatórios na realidade ordenada que percebemos.
Fundadores e praticantes de filosofias orientais como o hinduísmo, o budismo e o taoísmo conceberam retratos holísticos do universo nos quais a mente a matéria se fundem e fluem sem descontinuidades de um para o outro.
1500 anos antes que a física quântica fosse desenvolvida, um texto básico do budismo chamado Avatamsaka Sutra ensinava que a consciência e o mundo material que para as mentes não iluminadas parecem estar irremediavelmente separados, estão na verdade unidos em uma suave continuidade conhecida em sânscrito como o Dharmakaya, ou "corpo da grande ordem".
O debate sobre as origens da consciência tem sido mantido pelo menos desde os tempos de Platão. O filósofo grego foi um dos primeiros a argumentar que a mente humana era uma entidade por si mesma, cuja existência não dependia do corpo. E embora anatomicamente situasse a mente dentro do cérebro, ele negava todo relacionamento entre os dois. Platão acreditava que o cérebro era uma esfera, a forma geométrica perfeita, segundo os antigos gregos, e portanto, um depositório adequado para aquilo que julgava ser a essência da humanidade.
Na Idade Média, os filósofos cristãos desenvolveram sua própria teoria acerca da sede da consciência, que perpetuou a divisão dualista entre corpo e mente: Deus era a fonte de todos os pensamentos e sentimentos, que emanavam de um ponto poucos centímetros acima da cabeça. Por volta do século XV, as ciências naturais começaram a desafiar a visão de universo da Igreja. Mas seria nas mãos do matemático e filósofo francês René Descartes, no século XVII, que ecos do dualismo, da ordem sagrada da Igreja e da lógica dominante da época se transformariam e se fundiriam para formar a escola de pensamento que ficou conhecida como Dualismo Cartesiano.
Ao explorar os estados alterados de consciência induzidos de diversas maneiras por sonhos, transes meditativos e drogas, alegam ter encontrado indícios de uma realidade mais ampla e invisível subjacente ao mundo físico; uma sintonia com esse domínio invisível, especulam, pode explicar fenômenos paranormais tais como a precognição, a psicocinese e um sentido de iluminação e de unicidade com o universo.
Do ponto de vista quântico, o universo não é apenas uma coleção de componentes mecânicos, como um brinquedo de corda, mas é também um todo indivisível e todas suas partes, inclusive a mente humana, agem sobre todas as demais, e reciprocamente. Alguns físicos muito respeitados chegaram até a afirmar que, sem a mente perceptiva dos seres humanos, o universo que conhecemos não existiria absolutamente a mente, dizem, podem ser a lente que focaliza o mundo dos acontecimentos aleatórios na realidade ordenada que percebemos.
Fundadores e praticantes de filosofias orientais como o hinduísmo, o budismo e o taoísmo conceberam retratos holísticos do universo nos quais a mente a matéria se fundem e fluem sem descontinuidades de um para o outro.
1500 anos antes que a física quântica fosse desenvolvida, um texto básico do budismo chamado Avatamsaka Sutra ensinava que a consciência e o mundo material que para as mentes não iluminadas parecem estar irremediavelmente separados, estão na verdade unidos em uma suave continuidade conhecida em sânscrito como o Dharmakaya, ou "corpo da grande ordem".
O debate sobre as origens da consciência tem sido mantido pelo menos desde os tempos de Platão. O filósofo grego foi um dos primeiros a argumentar que a mente humana era uma entidade por si mesma, cuja existência não dependia do corpo. E embora anatomicamente situasse a mente dentro do cérebro, ele negava todo relacionamento entre os dois. Platão acreditava que o cérebro era uma esfera, a forma geométrica perfeita, segundo os antigos gregos, e portanto, um depositório adequado para aquilo que julgava ser a essência da humanidade.
Na Idade Média, os filósofos cristãos desenvolveram sua própria teoria acerca da sede da consciência, que perpetuou a divisão dualista entre corpo e mente: Deus era a fonte de todos os pensamentos e sentimentos, que emanavam de um ponto poucos centímetros acima da cabeça. Por volta do século XV, as ciências naturais começaram a desafiar a visão de universo da Igreja. Mas seria nas mãos do matemático e filósofo francês René Descartes, no século XVII, que ecos do dualismo, da ordem sagrada da Igreja e da lógica dominante da época se transformariam e se fundiriam para formar a escola de pensamento que ficou conhecida como Dualismo Cartesiano.
Wilder Penfield
Wilder Penfield antes de morre disse: "a consciência do homem, a mente, é algo que não pode ser reduzido aos mecanismos do cérebro"
Durante toda sua carreira, desenvolveu diversos tratamentos neurocirúrgicos para danos cerebrais, em especial a epilepsia. No fim de sua carreira ele estava convencido de que todas as diversas reações da mente humana (sentimentos, desejos, pensamentos, sonhos e percepções), juntos formam a consciência humana eram causadas por interações quimicas e elétricas entre bilhões de minuscúlas células nervosas. Assim, as capacidades do cérebro seriam inteiramente determinadas pela atividade física dentro do pedaço de matéria cinzento-rosada do tamanho de um pequeno melão abrigado pelo crânio.
Seis meses antes de morrer Penfild fez outra viagem ao topo da colina de balde e brocha em punho, revisou sua obra. Ele ilustrava um princípio bem diferente do original, no lugar da linha grossa cheia de confiança que ligava as imagens nos dois lados da rocha, havia agora uma linha intermitente de incerteza. Aos 84 anos, depois de passar meio século reforçando a posição científica dominante, Penfield havia mudado de opnião.
Penfield queria dizer que a mente é muito mais do que um mero subproduto da capacidade do cérebro material para processar informações.
Materialistas X Dualistas
Penfield ilustra a lacuna que separa os cientistas, filósofos e teólogos que, através dos séculos, se ocuparam da natureza da mente humana. De um lado estão os chamados materialistas, que acreditam que os processos mentais (pensamentos, sentimentos, capacidade de raciocinar) são apenas resultado dos neurônios disparando dentro do cérebro. Do outro estão os dualistas, que sustentam que o corpo é uma entidade física e a mente uma entidade espiritual; as duas existem separadamente, acreditam eles, com pouca ou nenhuma interação ou influência recíproca.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
SUBSTÂNCIAS ALUCINÓGENAS
Após a segunda guerra mundial, muito antes que os graves efeitos colaterais físicos e emocionais do uso de drogas fossem amplamente conhecidos, os pesquisadores começaram a fazer experiências com uma classe de drogas chamdas de alucinógenos. Descobriram que essas substâncias, tal como a psilocibina e a dietilamida de ácido lisérgico, mais conhecido como LSD, eram capazes de produzir alucinações poderosas. A primeira viagem, tal como a excursão de expansão da mente veio a ficar conhecida, documentada de LSD foi feita em 1943 por um químico suíço chamado Albert Hofmann, que tomou um quarto de miligrama da droga e mergulhou em um reinado de surpreendentes revelações. Ver as flores em meu próprio jardim é como ver todo o prodígio místico da criação.
Nos anos 50 iniciou estudos em cobaias humanas alguns funcionários da CIA agência central de inteligência dos Estados Unidos, recebiam comida ou bebida temperada com LSD. A pesquisa revelou que, além de produzir visões caleidoscópicas, as drogas pareciam produzir, de vez em quando, efeitos parecidos aos da psicose. Após alguns anos deste estudo, os funcionários admitiram que, apesar de o LSD penetrar até mais determinadas regiões da mente, ele libertava uma tal gama de reações e emoções humanas que nem mesmo o mais hábil manipulador poderia alegar ter controle sobre as mentes daqueles que o ingeriam.
Aldous Huxley, romancista e filósofo britânico, testou pessoalmente os efeitos da mescalina, derivada de um cacto, e registrou suas observações em um ensaio de 1954, As Portas da Percepção, título inspirado em William Blake. Huxley descreve rios de sensações prazerosas, tais como uma dança lenta de luzes douradas.
O incrivel fluxo de informação sensorial libertado pela mescalina levou Huxley à hipótese de que a principal função do cérebro e do sistema nervoso é servir como válvula redutora para restringir o influxo de realidade a um nível administrável. Supôs que há tantos dados captados através dos cinco sentidos que, se todos fossem processados, a mente seria sbmergida, ficando incapaz de lidar com os problemas da vida cotidiana.
Huxley acreditava que a mescalina desligava a função filtrante do cérebro, permitindo que a mente fosse inundada por eventos mentais que costumavam ser excluidos por não terem qualquer valor de sobrevivência. Tais instruções, escreveu ele, são biologicamente inúteis, mas estática e às vezes espiritualmetne valiosas. Achava que eram representações do que ele chamava de Mente em Liberdade, uma percepção de tudo que está acontecendo por toda parte no universo. Além disso, sugeriu, podem ser estimuladas por outros catalisadores além das drogas, tais doenças, fadiga, jejum ou um completo retiro sensorial, em algum lugar escuro e silêncioso.
Quaisquer que fossem os meios para alcança-los, Huxley achava que a humanidade precisa desses paraísos artificiais, a maioria dos homens e mulheres leva vidas tão dolorosas, na pior das hipóteses, ou na melhor das hipóteses tão monótonas, limitadas e pobres que a ânsia de escapar, o impulso de transceder a si mesmo, ainda que só por um instante, é e sempre foi um dos principais apetites da alma. A arte e a religião, os carnavais e a saturnália, dançar e escutar oratória tudo serviria, nas palavras de H.G. Wells, como Portas na Parede. E para uso particular, cotidiano, sempre houve os intoxicantes químicos; sedativos e narcóticos vegetais, euforiazantes que crescem em árvores, alucinógenos que amadurecem nos frutos ou podem ser espremidos de raízes, todos sem exceção, foram conhecidos e sistematicamente usados pela humanidade desde tempos imemoriais.
Em sua idéia acerca do cérebro como filtro, Huxley, parece ter estado perto da verdade, pois pesquisas posteriores mostraram que duas substâncias no cérebro a Serotonina e a Norepinefrina atuam como comutadores que controlam os sinais pelo córtex para o cérebro. Ao aumentar a Norepinefrina do sistema ou reduzir a Serotonina, os comutadores são trocados, estimulando o córtex e desestabilizando o cérebro. Aparentemente é este o efeito do LSD. O filtro redutor é eliminado, e o cérebro fica livre para produzir sua própria paisaagem interna " as alucinações ".
Huxley estava convencido dos bons efeitos de sua experiência com mescalina, embora não igualasse, nem qualquer outra droga, com a verdadeira iluminação que ele, então budista praticante, considerava como o fim e propósito supremo da vida humana. Mas acreditava que as drogas pudessem ajudar esse propósito, fornecendo farmacologicamente um estado espiritual que os teólogos católicos chamam de uma graça gratuita algo que, embora não seje necessário para a salvação, pode ajudar. Ser arrancado dos trilhos da percepção ordinária, escreveu Huxley, enxergar por algumas horas atemporais os mundos internos e externos, não como aparecem a um animal obsecado com a sobrevivência ou a um ser humano obcecado com palavras e noções, mas tal como são apreendidos, direta e incondicionalmente, pela Mente em Liberdade, está é uma experiência de valor inestimável para qualquer pessoa.
Timothy Leary, psicólogo, professor e pesquisador em 1958, obteve uma certa quantidade de psilocibina, o principio ativo dos cogumelos, iniciou uma pesquisa com participação interativa no qual os pesquisadores tomariam a droga junto com os voluntários. Leary achava que, depois que aprendessem a mapear com precisão as divagações mentais provocadas por várias doses das drogas, ele e sua equipe poderiam usa-lá para explorar a verdadeira essência da psicologia, da estética, da filosofia, da religião e até da própria vida.
Após a pesquisa em mais de 200 voluntários, descobriram uma ampla gama de reações, não só em pessoas diferentes, mas também em ocasiões diferentes com a mesma pessoa. Leary e Alpert entenderam que essas variações eram determinadas pela dosagem da droga, bem como por duas variáveis que batizaram de roteiro e cenário, roteiro refere-se às expectativas da pessoa quanto aos efeitos da droga, e cenário ao mabiente físico e social em que ela é tomada.
Leary e Alpert escreveram um manual de seu empreendimento místico intitulado A Jornada Psicodélica, inspirando-se no modelo do Bardo Thodol, conhecido como Livro dos Mortos Tibetano. Esse texto budista, dirigido aos vivos, descreve todos os níveis de consciência que levam para a luz clara da iluminação, um estado transcedente de libertação em relação ao ego. Leary mostrou os paralelos existentes entre esses níveis e os estados alterados produzidos pelas drogas, e previu que um dos modos pelos quais seu programa cientifico de drogas poderia trabalhar pelo bem da sociedade seria ajudando a explorar os domínios sagrados da mente.
Logo muitos problemas surgiram, com estudantes usando as drogas sem um fim cientifico, e controlado. A sociedade julgou que essas drogas era um veneno para a sociedade estabelicida, já que a sua pesquisa dispertou um interesse por muitas pessoas a experimenta-lás. Em 1966, novas leis e regulamentos estritos levaram as pesquisas psicodélicas a uma virtual parada; os cientistas foram obrigados a devolverem seus estoques de drogas aos fabricantes. Leary, depois de ser expulso da faculdade se tornou uma espécie de pregador indenpendente dos estados alterados, era um homem marcado, caçado pela polícia e pelos políticos.
Ao longo de todas essas provações, porém, ele manteve a fé no uso inteligente das drogas que alteram a mente como meio para o aperfeiçoamento pessoal e social.
As drogas psicodélicas podem desencadear poderosas reações negativas
Os flashbacks ( efeitos do LSD), estados crônicos de ansiedade e psicoses afins à esquisofrênia ocorram às vezes após o uso frequênte da droga, as questões sobre os danos às celulas cerebrais e aos cromossomos ainda não foram satisfatóriamentte respondidas em bases científicas.
Já aconteceu de convertidos presentes em reuniões religiosas, em um anseio extático para renascer, atirarem-se a um rio e afogarem-se, inúmeros casos de possessão falam de vítimas que infligiram ferimentos a si mesmas ou a outros quando presas de uma personalidade alternativa; sonânbulos se equilibrando em balcões perigosamente altos. Leary fala de um episódio nos primeiros dias de sua pesquisa com LSD, quando um voluntário tomou a droga apesar de tanto o roteiro quando o cenário serem negativos, o voluntário passou várias horas dando pulos feito um gorila, balançando-se em árvores e cobrindo-se de cortes e machucados, convenceu-o de que controles sobre o roteiro e cenário das experiências, bem como a pureza das drogas, deviam ser mantidas em todos os momentos.
Tal como disse em 1960 o filósofo e escritor Arthur Koestler, após experimentar a psilobina com Leary: Ontem à noite resolvi o segredo do universo, mas hoje de manhã esqueci como era.
Presionados pelas leis antidrogas e desiludidos com os efeitos efêmeros das pílulas mágicas, os devotos começaram a procurar por outros meios de alcançar suas metas espirituais. Muitos voltaram às práticas meditativas das religiões orientais. Tal como Aldous Huxley antes deles, descobriram que as alturas alacançadas pela meditação eram mais puras e duradouras do que as obtidas pelas drogas. A meditação também é desprovida dos efeitos colaterais das drogas, tais como pupulas dilatadas, mãos frias, enjôo e falta de sono, que nada têm a ver com o estado mental desejado .
Enquanto as drogas pareciam revelar novas dimensões da mente, elas também reforçavam a ilusão de que tais dimensões só são acessíveis por meios externos, materiais. Os místicos e alguns pesquisadores das drogas, acreditam que essas dimensões, na verdade, estão à disposição de todos, a qualquer momento, mesmo que a maioria das pessoas não saiba como alcançá-las sem drogas.
O objetivo da meditação é superar a ilusão e saber que os níveis superiores de consciência vêm da própria mente.
Em nível mais prático, Gawain e outros expoentes da visualização criativa apóiam-se em técnicas derivadas das práticas meditativas do Oriente. O relaxamento físico completo é o primeiro passo, combinado a uma respiração profunda, lenta e regular. A própria visualização requer uma intensa concentração sobre a imagem desejada, do mesmo modo que um monge budista, meditando sobre uma frase santa, repete-a sem cessar.
Existem outros fármacos que levam a pessoa há um estado de alucinação e experiências similares. E como tudo tem dois lados, o lado positivo, no caso dos remédios que agem no cérebro é a redução até a cura da doença, em algumas drogas levam a um estado de extâse e a pessoa fica como se desligasse de seu corpo material, as visões são muitas vezes em forma de conhecimento, mas tudo isso é passageiro, e a única coisa que é permanente por estas substância é o vício, ou seja uma pessoa que busca uma elevação espiritual somente e definitivamente à partir de substâncias está se negando e fugindo da sua própria mente. A nossa mente é capaz de qualquer coisa, basta saber usa-lá, a meditação é algo que requer treino e tempo, mas é uma forma duradoura, você pode entrar nesse estado apenas ouvindo uma música, sem agredir o próprio corpo, danificando suas células e seu cérebro de uma forma irreversível.
Como na frase, você não pode encontrar porque nunca foi escondido! Apenas precisamos aprender como usá-la. A resposta está dentro de nós, cabe a você querer compeender, e buscá-la, assim como os Antigos Egipicios e os Antigos Maias, buscaram sua sabedoria bem acima de nossas cabeças, "o Universo e as Estrelas" já que é a única forma visível que podemos olhar para o passado. até hoje nada e ninguém conseguiu superar e explicar como construiram tantos monumentos maguiníficos e de uma precisão extraordinária.
Devemos ter isto como uma aprendizagem, buscarmos, observarmos, tudo que está a nossa volta, dar valor a tudo, que nos cerca, e então talvez consiga a resposta que buscamos!
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA EM ESTADOS ALTERADOS
Georgei Gurdjeff quando jovem vagou durante anos pela Índia, Tibete e Oriente Médio, em busca de meios para servir-se do potencial pleno da existência humana. Passou a acreditar que, embora a maioria das pessoas tenha por certos os limites de suas vidas, na verdade elas podem ser despertadas para uma compreensão de grandes poderes sem uso dentro de si mesmas.
O sistema que ele acabou ensiando na Rússia, na França e nos Estados Unidos misturava elementos de sufismo, budismo e cristianismo; centralizava-se em complexos de exercicios que exigiam tal concentração que às vezes os participantes, sem o saber, podiam aventurar-se para além de seus limites percebidos e descobrir mais consciência e controle. Movendo-se em níveis cada vez mais altos em suas próprias mentes, segundo ensinava Gurdjeff, iriam ficando cada vez mais abertos a visões de uma vida física e mental acima da existência cotidiana.
A técnica de Gurdjeff para expandir as fronteiras aparentes da consciência é uma dentre as muitas estratégias concebidas pelos homens para explorar os limites da mente e servir-se de seu potencial sem uso. Para os místicos da Índia e do Tibete, muitos níveis de consciência existem acima do estado normal, centrado em si mesmo, da humanidade. Os niveis assumem uma transcendência cada vez maior e uma consciência cada vez mais ampla, até um estado de iluminação em que o ego, ou o si-mesmo, é deixado para trás. No nível mais alto, acreditam os adeptos, está o Nirvana, ao qual toda a vida aspira. Descrito às vezes como uma união com o principio supremo do universo, o Nirvana não é apenas a salvação pessoal, mas a participação em uma realidade além do nascimento e da morte.
Praticamente todas as culturas conhecidas encontraram meios para dissipar o foco normal da mente e estender as percepções desta para os limites externos, dar precedência, por assim dizer, à visão periférica da mente. A busca de estados alterados de consciência é tão difusa na humanidade que alguns estudiosos especulam que talvez seja um impulso inato, afim à fome e ao desejo sexual. Para muitos, o caminho tem sido a procura cerimonial de uma revelação mística e religiosa. Para os budistas, essa busca consiste em toda uma vida de disciplina e meditação. No entanto, diz-se que os antigos Hindus usavam um atalho químico: seus ritos religiosos incluiam às vezes uma bebida chamada soma, que produzia um estado alterado repleto de intensas alucinações e sensações de poder e saber.
Santos e poetas falaram de visões que abriam suas mentes brevemente para a contemplação do universo sem limites e de sua própria unidade essencial com ele. William Blake, artista e poeta inglês nascido em 1757, experimentou essas visões pela primeira vez quando criança, depois disso produziu toda uma obra que exaltava a expansão da mente para além de seu papel comum de controlar e reagir aos sentidos. " Se as portas da percepção fossem abertas, todas as coisas apareceriam para o homem tal como são.......infinitas".
O pscólogo e filósofo William James deu ao tema um tratamento acadêmico em seu trabalho na universidade de Havard, no final do século XIX. Ele achava que os psicólogos deveriam ter por meta a descrição e a explicação de todo o amplo espectro da consciência. A percepção normal do estado de vigília, ensinava ele, era apenas um estado, separado de outros totalmente diferentes apenas pelo mais diáfano dos véus. O próprio James afastou os véus em experiências com óxido nítrico, um anestésico conhecido como gás hilariante, e no livro Variedades de Experiência Religiosa, ele descreve as semelhanças entre o arrebatamento produzido pelas drogas e o que se alcança por meios místicos.
Muitos adotaram recursos para expandir a mente, entre eles o sono, os desvaneios, o transe e a hipnose. Segundo James, os diversos estados alterados compartilham de certas qualidades; as diferenças são sobretudo de intensidade. Quer cheguem lá por meio de danças giratórias ou de meditação, muitas pessoas em estados alterados da mente experimentam uma sensação de atemporalidade e de leveza física. Muitos relatam terem sido banhados por um fulgor dourado que se estende de um horizonte a outro. Os estados alterados produzem um campo de atenção mais restrito, uma concentração em coisas específicas.
Um transe, espontâneo ou hipnótico, é uma extensão do desvaneio, a meditação, apesar de voluntária e proposital, é dificil de distinguir do transe. Um espectador de cinema que perde a consciência de tudo afora da tela, por exemplo, está em um transe leve, sua percepção está mais intensa, mas está mais restrita do que a consciência comum. Usuários de maconha descrevem seu foco interno aumentado e seu afastamento do mundo exterior.
Quando o poder de um estado assim aumenta e o alcance da consciência se estreita, ocorrem fenômenos anormais, tais como o bloqueio dos sinais de dor.
Um transe profundo, induzido por hipnose, por exemplo, às vezes substitui a anestesia química em grandes cirurgias.
A maioria dos estados alterados produz uma grande mudança no sentido do ego, a percepção rotineira da existência da pessoa como entidade separada. Com o começo de um desvaneio, o EU controlador desaparece; ao voltar ao aqui e agora, a pessoa que estava desvaneando pergunta-se onde esteve nos últimos minutos. É precisamente esse esquecimento do EU que está no centro de algumas religiões e sistemas de desenvolvimento da mente.
Os zen-budistas às vezes usam a arte do arco como um exercício espiritual. Segundo o mestre zen D.T. Suzuki, o arqueiro que medita deixa de ter consciência de si mesmo como aquele que está tentando atingir o alvo que o confronta. Idealmente, o arqueiro elimina as distinções entre ele mesmo, o arco, a flexa e o alvo, de modo que atingi-lo fica tão fácil quanto estender a mão e tocá-lo. No zen a meta não é o sucesso físico, mas o estado mental necessário para atingi-lo. Mesmo assim, a capacidade de esquecer de si mesmo é um fator importante para aperfeiçoar qualquer habilidade. Um verdadeiro mestre, artesão, artista ou intérprete, abandona o estado centrado no ego da consciência normal do estado de vigília e fica perdido no trabalho.
Embora várias culturas antigas em busca da revelação tenham usado o chamado substâncias controladoras, tais como a soma dos Hindus. Muitos pesquisadores tentam provar que as mudanças mentais produzidas por essas drogas podem proporcionar uma visão do equipamento perceptivo do cérebro e iluminar partes em geral sombrias da psique.
Afinal, a vida é feita de escolhas, e somos nós que escolhemos o caminho que iremos percorrer, e que queremos encontrar ao final deste caminho"vida", portanto, devemos assumir as consequências que muitas vezes, escolhemos o caminho errado, ou nos perdemos em um atalho atraido pelo nosso duplo Ká, que é causado por nós mesmos "o nosso karma", contudo, as consequências e o provável motivo de nosso sofrimento somos nós mesmos que o fazemos.
Podemos escolher ter uma vida material, onde o caminho é uma vida cheia de vicios, um comportamento sexual impróprio, buscando sempre algo externo.
Ou mergulharmos dentro do nosso prórpio EU, refletir em nossa vida, nossas ações, buscar superação, conhecimento primeiramente pessoal, nos preservarmos, aceitar o sofrimento gerado por nós mesmos, e eventualmente atingirmos o objetivo a qual se baseia a própria existência. Compartilhar a energia do Cosmos, nos banharmos da Luz Divina, respeitar a lei cósmica, e reconhecer o Amor Fraternal, no fim evoluir como ser humano, para então descansarmos em paz!!
Om SHANTI! SHANTI! SHANTI!
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
DISTÚRBIO DE PERSONALIDADE MÚLTIPLA (DPM)
O estudo sobre este distúrbio iniciou durante as primeiras décadas do século XX. Muitos médicos viam as múltiplas personalidades aparentes como exibições teatrais criadas por um forte ego central. Foi após a publicação, em 1957, do livro As Três Faces de Eva, que o interesse pelo problema ressurgiu.
Putnam descobriu que os padrões de fluxo sanguíneo no cérebro também flutuavam quando os indivíduos passavam de uma personalidade para outra e um colega seu descobriu diferenças mensuráveis nas impressões vocais de personalidades separadas. A conclusão assim como os comportamentos das várias personalidades, as funções cerebrais eram para cada uma.
O DPM foi também associado a fenômenos paranormais. Alguns pesquisadores acreditam, que nem todas as personalidades manifestadas por um múltiplo são geradas internamente. Algumas seriam espíritos de outros domínios, um terapeuta sugeriu, vestígios de vidas passadas. Nos anos 80, o psiquiatra americano Ralph Allison utilizou a expressão auxiliar do Eu Interior para descrever uma entidade especial que ajuda o paciente a curar-se e reintegrar-se.
Seja qual for a origem de seus muitos eus, as pessoas com DPM parecem receptivas às experiências paranormais. Chris Sizemore, a Eva original, teve repetidas vezes o que chamou de visões precognitivas. Dizia que, em certa ocasião, convenceu seu marido a ficar em casa por medo de que ele fosse eletrocutado, o colega que o substituiu foi eletrocutado no trabalho. Outro caso também foi da família de Billy Milligan estava acostumado ao fato de que ele parecia perceber problemas de sua irmã, mesmo a centenas de quilômetros de distância.
Além de seus supostos poderes paranormais, as pessoas com DPM tendem a ser anormalmente criativas e costumam abrigar, entre muitos egos, músicos, pintores e escritores. Mas talvez a própria condição seja a suprema resposta criativa a uma realidade insuportável. Diante da angústia da infância, as pessoas com personalidades múltiplas não se retraíram na psicose, inventaram novas personalidades para dividir o horror em um triunfo doloroso sobre a tragédia.
Nada há de novo na idéia dos laços entre a criatividade e a instabilidade mental. O Louco, o Amante e o Poeta, por Shakespeare em Sonhos de uma Noite de Verão, todos são iguais na imaginação. O poeta John Dryden sobre isso, disse A grande inteligência é aliada da loucura íntima, e por finos tabiques são separadas. O escritor francês Marcel Proust também disse, Tudo que há de grandioso vem dos neuróticos, afirmando Só eles fundaram religiões e compuseram nossas obras-primas.
O grande físico matemático do século XVII, Isaac Newton, caiu aos 50 anos vítima de um colapso paranóico que o incapacitou durante um ano e meio, teve dificuldades para comer e dormir por vários meses antes do colapso, acusava os amigos de conspirarem contra ele e alegava ouvir conversas que ninguém ouvia. Um biógrafo especulou que Newton durante toda sua vida foi solteiro e demonstrou pouco interesse por mulheres, perdeu a orientação mental em virtude de impulsos homossexuais reprimidos. O psiquiatra e escritor Anthony Storr sugere, que a paranóia da meia-idade de Newton teve origem no fato de ele ter sido abandonado pela mãe aos 3 anos.
O pai da psicanálise, Sigmund Freud, lutou para explicar as raízes da criatividade. A análise, confessou ele; não pode fazer nada no sentido de elucidar a natureza do dom artístico, nem para explicar os meios pelos quais o artista trabalha. Ele concluiu que os artistas são simplesmente melhores do que a maioria das pessosas para canalizar as fantasias para algo proveitoso, as fantasias são uma fuga pouco saudável da realidade. Uma pessoa feliz nunca fantasia, os artistas são infelizes e pouco saudáveis.
Alguns especialistas como Carl Jung acham que os relatos podem ser uma referência a um nível de consciência que paira entre o consciente e o inconsciente, identificavam esse estado mental como a mente primordial, outros chamam de desvaneio. Nos anos 60 Harold Rugg, chamou esse de mente transliminar, condição que costumava associar não só à criatividade, mas também aos estados meditativos das religiões orientais, aos transes hipnóticos leves, à intuição e aos estados hipnagóticos (periodo entre o sono e a vigilia). Seu principal atributo é um ambiente acrítico de prontidão e receptividade relaxadas. Aberta a toda e qualquer idéia, a mente transliminar acaba encontrando a imagem ou o conjunto de símbolos mais simples para solucionar o problema que tem diante de si, Segundo Rugg, o resultado é um lampejo criativo aparentemente mágico.
Associada pela maioria dos neurologistas ao hemisfério direito do cérebro (território da imaginação, da intuição e dos conceitos mais visuais que verbais), a criatividade também foi ligada em alguns estudos , às ondas Teta, uma das quatro categorias gerais de ondas cerebrais. Pesquisadores da Fundação Menninger, no Kansas, encontraram uma semelhança entre as imagens mentais descritas por essas pessoas criativas e as visões nítidas e às vezes místicas experimentadas por voluntários treinados para produzir ondas teta. Outros cientistas observaram que as ondas teta são muitas vezes associadas à raiva e à violência.
As personalidades tendentes à fantasia sejam capazes de controlar suas imaginações fora do comum, não conseguem simplesmente romper com o vício narrativo. Tal como as pessoas com esquizofrenia, distúrbio de personalidade múltipla ou até mesmo um talento artístico excepcional, as que são dadas à fantasia não podem ter a mente humana por certa. Para elas, as possibilidades e limitações desta são coisas do dia a dia. Porém, na luta mental diária, aqueles que têm o dom ou o peso das mentes raras podem captar uma realidade que as mentalidades mais confotáveis nunca verão. Em 1967 o psiquiatra Ronald David Laing escreveu, O ego é o instrumento para viver neste mundo. Se for rompido ou destruído, a pessoa pode ficar exposta a outros mundos, reais de modo diferente.
LOUCURA X GENIALIDADE
Casos fora do comum sugerem que a mente sadia e integrada é apenas o mais conhecido de vários modelos possíveis. Outro tipo de mente difere da norma por suas capacidades superiores. Homenageados como gênios criativos e visionários, tais indivíduos são muitas vezes descritos como submetidos a forte pressão, e no passado eram considerados como passíveis de desmoronar sob o peso de seus talentos. Embora a antiga associação entre a loucura e genialidade esteja hoje desacreditada, as mentes dos gênios são ainda tão misteriosas quanto as dos chamados loucos.
Em diferentes culturas e épocas, os sintomas hoje atribuídos à múltipla personalidade e a outras doenças mentais eram considerados indício de inspiração divina, de possessão demoníaca ou de transe mediúnico. Acreditava-se que as alucinações eram visões de outro mundo, enquanto os comportamentos obsessivos e compulsivos se deviam à influência diabólica.
A maioria dos cientistas que estuda funções sociais aberrantes não hesita em atribuí-las a fatores fisiológicos ou psicológicos. Alguns ecoam teorias anteriores, sugerindo que as mentes raras, tais como as de múltipla personalidade, dos esquizofrênicos e até dos gênios podem estar se nutrindo de uma mente universal, uma realidade mais elevada em que cada objeto e evento está ligado a todos os outros.
" É pelo menos possível", sugeriu Graham Reed, diretor do departamento de psicologia da universidade York de Toronto, no Canadá, que o sintoma esquizofrênico, bem como o nirvana, a unidade e assim por diante sejam uma mera referencia aos extremos de um continum, que todos os seres humanos estejam situados em uma linha que se estende entre o indivíduo egocêntrico e o universal. Com efeito, alguns psiquiatras radicais adotaram a teoria de que a doença mental não é uma porta fechada para a realidade que conhecemos e sim uma porta aberta para outro domínio, oculto. Uma psicose como a esquizofrênia, acreditam, pode ser vista como a busca de uma visão, com a qual muitas coisas podem ser aprendidas, tanto pelo terapeuta quanto pelo psicótico.
ESQUISOFRÊNIA
É uma palavra de origem grega, que corresponde a dividir a mente, com base na interpretação tradicional, mas enganadora, da doença como personalidade dividida. Na verdade, a personalidade de um esquizofrênico não está tão dividida quanto ausente. Nos estágios iniciais, o paciente parece ser plano e sem emoções, carente de sentimentos.
Os relatos que os esquizofrênicos fazem de suas provações mentais são mais um indício dessa falta de identidade pessoal. Muitos contam que se sentem como bonecos controlados por outra pessoa. Eles também sofrem lacunas na lógica mental, descritas às vezes como um afrouxamento dos elos entre os pensamentos. Causa e efeito, sujeito e objeto e outras conexões lógicas não se encaixam em sua mente estilhaçada.
Teorias psicossociais sobre a esquizofrenia, em meados dos anos 50, uma pesquisa feita no hospital Mental de Sainte Anne, em Paris, revelou que a clorpromazina, uma droga que abaixa o nível de uma substância química do cérebro chamada dopamina, reduzia os sintomas esquizofrênicos. Alguns pesquisadores descobriram que o sistema límbico, a parte do cérebro responsável pelas emoções, é tipicamente menor nos esquizofrênicos, que muitas vezes apresentam graves pertubações na área do hipocampo ( parte do sistema límbico). Outros estudos mostraram que, em muitos pacientes de esquizofrenia, as cavidades cheias de fluido cérebro-espinal em torno do cérebro são anormalmente pequenas, o que serviria como indicação de uma menor massa cerebral.
Outros indícios de uma causa física vêm dos estudos que mostram que 1 em 10 crianças que possuem um dos pais esquizofrênico desenvolve a doença, se ambos os pais forem doentes, quase metade das crianças manifestaram esquizofrênia. Muitos pesquisadores acreditam que a hereditariedade é apenas uma parte da explicação.
Assinar:
Postagens (Atom)